“Tuya enamorada”: ¿qué sucede si una mujer con discapacidad intelectual le reclama su amor a usted que es bien normal ? « Ton amoureuse » : que se passe-t-il si une femme ayant une déficience intellectuelle réclame votre amour, à vous qui êtes bien normal ? “Tua apaixonada”: o que acontece se uma mulher com deficiência intelectual se declarar apaixonada por ti, que é considerado uma pessoa normal ? "Yours in love": What happens if a woman with an intellectual disability claims her love from you, which is quite normal?

Resumen

Este artículo surge del proceso de investigación de un Centro de Día de la ciudad de Córdoba, Argentina, en el que recogí datos para mi tesis de Maestría en Antropología de la Universidad Nacional de Córdoba (UNC). Durante el mismo, indagué cómo se desarrolla la convivencia entre profesionales y personas con discapacidad intelectual, centrándome en sus fronteras, principalmente erótico-sexuales-afectivas.

Inicialmente, advertí que el control temporal y los espacios diferenciales entre ambos actores resultaban inherentes al establecimiento, empero, la tópica abordada aquí no se centra sobre dicha observación, sino en torno a los vínculos humanos posibles y no en esos tiempos y espacios. Pues aprecié que en la convivencia diaria entre personas con discapacidad y profesionales se frenan las posibilidades amatorias entre ambos agentes.

Debo decir que advertí esto solo tras haber sido interpelado por Karina, una mujer de 30 años con diagnóstico de discapacidad intelectual (retraso mental moderado), que intentó tener un noviazgo conmigo. Ello me movilizó un interrogante que no había considerado hasta ese entonces: ¿por qué ciertos cuerpos y subjetividades resultan apetecibles y otros no?, viéndome empujado a experimentar el drama social que adviene cuando las fronteras se atenúan, advirtiendo según Butler (2009), no solo las condiciones de reconocibilidad de lo humano y de lo normal, sino de aquello que Rubin (2018) llamó injusticia erótica.

Palabras clave:

• discapacidad intelectual,
• injustica erótica,
• cuerpo,
• subjetividad,
• normal

Résumé

Cet article est le résultat d’une recherche dans un centre de jour de la ville de Córdoba-Argentine, où j’ai recueilli des données pour mon mémoire de maîtrise en anthropologie à l’Université nationale de Córdoba (UNC). J’y ai étudié comment se développe la coexistence entre les professionnels et les personnes ayant un handicap intellectuel, en me concentrant sur ses frontières, principalement érotiques-sexuelles-affectives.

Initialement, j’ai remarqué que le contrôle du temps et les espaces différenciés des deux acteurs étaient inhérents à l’établissement. Toutefois, le sujet abordé ici ne porte pas spécifiquement sur cette observation, mais sur les liens humains possibles et non dans ces temps et espaces. Car j’ai remarqué que les possibilités d’amour entre les personnes handicapées et les professionnels sont bridées dans la coexistence quotidienne entre ces deux acteurs.

Je dois dire que je n’en ai pris conscience qu’après avoir été interrogé par Karina, une femme de 30 ans avec un diagnostic de déficience intellectuelle (retard mental modéré), qui a essayé de me faire la cour. Cela a suscité une question que je n’avais pas envisagée jusqu’alors : pourquoi certains corps et subjectivités sont désirables et d’autres non ? Cela m’a conduit à faire l’expérience du drame social qui se produit lorsque les frontières sont atténuées, permettant d’éclairer, selon Butler (2009), non seulement les conditions de reconnaissance de l’humain et du normal, mais aussi ce que Rubin (2018) appelle l’injustice érotique.

Mots-clés :

• déficience intellectuelle,
• injustice érotique,
• corps,
• subjectivité,
• normalité

Resumo

Este artigo é fruto do processo de pesquisa em um Centro de Dia (Hospital Dia)na cidade de Córdoba-Argentina, onde coletei dados para minha dissertação de mestrado em antropologia na Universidade Nacional de Córdoba (UNC). Estudei como se desenvolve a convivência entre profissionais e pessoas com deficiência intelectual, focando em suas fronteiras, principalmente no campo erótico-sexual-afetivo. Inicialmente, percebi que o controle do tempo e os espaços diferenciais entre os dois atores eram inerentes ao estabelecimento, porém, o assunto aqui discutido não é claramente sobre essa observação, mas sobre os possíveis vínculos humanos e não nesses tempo e espaços. Percebi que na convivência diária entre pessoas com deficiência e profissionais, as possibilidades de amor entre os dois agentes são restritas. Devo dizer que só tomei conhecimento disso após ser questionada por Karina, uma mulher de 30 anos com diagnóstico de deficiência intelectual (retardo mental moderado), que tentou se relacionar comigo. Isso mobilizou uma questão que eu não havia considerado até então: por que certos corpos e subjetividades são desejáveis e outros não. Esta questão me levou a vivenciar o drama social que ocorre quando as fronteiras são atenuadas, alertando, segundo Butler (2009), não apenas as condições de reconhecibilidade do humano e do normal, mas também daquilo que Rubin (2018) chama de injustiça erótica.

Palavras chaves:

• deficiência intelectual,
• injustiça erótica,
• corpo,
• subjetividade,
• normal

Abstract

This article arises from the research process in a Day Center in the city of Córdoba-Argentina, in which I collected data for my Master's thesis in Anthropology at the National University of Córdoba (UNC). I investigated how coexistence develops between professionals and persons with intellectual disabilities, focusing on its borders, mainly erotic-sexual-affective.

Initially, I noticed that the temporal control and the differential spaces between the two actors were inherent to the institution, however, the topic addressed here does not deal specifically with this observation, but with the possible human bonds and not in those times and spaces. Because I observed that in the daily coexistence between persons with disabilities and professionals, the possibilities of forging love bonds between them are hindered.

I must say that I only became aware of this once questioned by Karina, a 30-year-old woman with a diagnosis of intellectual disability (moderate mental retardation), who tried to have a relationship with me. It raised then a question that I had not considered before: why are certain bodies and subjectivities appealing and others are not, which drove me to experience the social drama that occurs when borders are reduced, as a sign, according to Butler (2009), not only of the conditions of recognizability of the human and the normal, but also of what Rubin (2018) calls erotic injustice.

Keywords:

• intellectual disability,
• erotic injustice,
• body,
• subjectivity,
• norm